A crise das crises na saúde do DF. Para onde vamos?
As crises do sistema de saúde no Distrito Federal não nos surpreendem mais. Muito menos a crise aguda provocada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) que, à época de sua criação, justificou-se pela necessidade de ser um Serviço Social Autônomo (SSA), que organizaria um serviço de Saúde de “alto padrão”, com efetividade, eficácia, eficiência, qualidade e humanização da assistência. Cujo compromisso era “salvar vidas”. Seria uma resposta ao caos estarrecedor que se alastra até hoje.
Não há neutralidade na política.
Quando falamos de política, qualquer sinal de neutralidade, significa ser conivente com as doenças e perversidades que o país vive, desde o período colonial, aos dias atuais. Não podemos naturalizar as 600.829 mortes que poderiam ter sido evitadas, os 21.567.181 casos de Covid-19 confirmados, sem falar nas subnotificações. Isto, sem esquecermos as atrocidades cometidas pela Prevent Senior, que, silenciosamente, elegeu quem deveria morrer ou viver na pandemia e que somente vieram à tona agora, no Senado Federal, a partir dos depoimentos de médico e sobrevivente, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Mais um ataque ao Programa Nacional de Imunizações - PNI
Cancelar a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades é mais um atentado contra a saúde pública. Esta é mais uma das ordens descabidas e cumpridas pelo ministro da Saúde sem nenhuma referência científica, inclusive afrontando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que aprovou a vacina Pfizer. Ele também vai de encontro dos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus conselhos, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).
A despedida silenciosa de uma grande mulher
Recebi a notícia da passagem de Lourdes Bandeira na noite desse domingo, e no silêncio da prece, elevei meu pensamento a Deus para agradecer a passagem dessa mulher gigante em minha vida. Foi minha orientadora de mestrado em Ciências Sociais, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde era coordenadora do Programa e ainda encontrava tempo para sala de aula e cuidar de seus estudantes. Sim, cuidar, essa é a palavra correta.